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DYO MAGAZINE #63 | Max Souza

Max Souza, modelo e Mister Gay Brasil 2021, acaba de ser eleito o homem mais sexy do mundo em uma votação aberta promovida entre os seguidores da revista DYO Magazine e do site Btchs. O baiano desbancou mais de 100 candidatos e se tornou o primeiro negro a conquistar o topo dos 50 + SEXY. “Estou muito feliz com o título. Obrigado a cada uma das pessoas que tiraram um tempinho do seu dia para votarem. Para mim é uma honra ser o primeiro negro a vencer a votação. Que a gente tenha a cada ano mais pessoas pretas sendo representadas.”

E para coroar esse momento tão especial, o muso de 29 anos protagonizou um ensaio super provocante pelas lentes do fotógrafo Romulo Nutti. Dono de um corpo perfeitamente esculpido e com olhar penetrante, Max mais uma vez deu um show de ousadia durante os cliques. Com 1,82m de altura, o virginiano abusou da sensualidade em um dos ensaios mais ousados de sua carreira.

CARREIRA

Nascido em Camamu, cidade no litoral sul da Bahia, Max se mudou aos 20 anos pra São Paulo. A viagem que era para ser um compromisso familiar acabou transformando completamente sua vida. “Eu sempre tive um sonho de morar em cidade grande, mas nunca imaginei morar em São Paulo! Lembro-me da primeira vez que fui passear na Avenida Paulista e fiquei impressionado. Liguei para minha mãe para comunicar para ela que não voltaria para a minha cidade. Foi uma conversa longa e triste para mim, pois ela estava comigo todos os dias, principalmente nos meus pensamentos. A partir do momento em que eu decidi ficar, comecei a procurar um trabalho e uma faculdade para me matricular é uma nova realidade de rotina surgiu. O período de adaptação ao foi rápido! Me senti super acolhido, fiz amigos que considero a minha segunda família em São Paulo. Os verdadeiros amigos se tornam uma segunda família. Como acontece em qualquer mudança tive muitos altos e baixos, mas acredito que como seres humanos estamos próprios a acertar, mas também errar, e assim evoluímos como pessoa.” relembra Max.

O baiano sonhava em ser policial quando era criança, mas com o passar dos anos descobriu que sua vocação era outra. “Quando fiz o meu primeiro ensaio fotográfico notei que queria trabalhar como modelo. Mas tinha em mente que teria que estudar também, pois tinha acabado de completar o colegial e minha mãe ela sempre deixou muito claro a importância da educação” revela.

Mas está enganado quem acha que a mudança de cidade trouxe só alegria para Max. Meses depois o modelo recebeu uma triste notícia que deixou a vida de ponta cabeça. “Aos 23 anos eu comecei a trabalhar como modelo, e entre o trabalho e a faculdade sempre tentei encaixar um horário para ir fazer as fotos e castings. Nesse percurso aconteceu algo inesperado: meus dois irmãos gêmeos decidiram ir morar em outro estado, em busca de uma vida melhor, mas acabaram sofrendo um terrível acidente de carro. A fatalidade mudou a vida da nossa família, um deles infelizmente acabou falecendo em um trágico acidente. Tivemos que criar forças e seguir em frente, e aí surge uma nova realidade, lutar, resistir e seguir em frente!” lamenta.

ORGULHO E PRECONCEITO

“Os corpos negros não são um produto. Respeita-se a individualidade de cada um, mas não podemos colocar todos no mesmo grupo. Todos nós temos o direito de ser feliz, e não importa em qual grupo você se identifica, você pode ser o que você quiser. Eu como um homem negro e nordestino nunca me considerei um objeto de fetiche ou um produto a venda. Na minha visão de mundo todos nós somos iguais, mesmo com as nossas diferenças. Eu jamais irei falar que é fácil chegar ao cargo mais alto de qualquer profissão que na cabeça de algumas pessoas tem que ser pessoas brancas ali, porque não é. E mesmo com as políticas de inclusão, feitas por algumas empresas ainda temos um longo caminho, pois a luta é incessantemente. Hoje eu sou estudante de educação física, trabalho como modelo e luto todos os dias por uma sociedade mais justa, por direitos iguais, e principalmente por uma país com menos desigualdade, pois eu amo o meu país. Sou feliz e grato por tudo que conquistei até aqui, ainda tenho muitos sonhos a serem realizados, que com certeza alcançarei. E nunca se esqueça você pode ser o que quiser sempre, acredite em você sempre.”

“Eu já sabia que o meio da moda era cercado por algumas polêmicas, dentre elas a exclusão de modelos negros em campanhas, seja ela qual for. Sempre ouvi que em qualquer trabalho aonde se tinha 10 modelos, apenas uma era negro, considerava-se que aquele único negro era a cota. Eu acredito que somos todos iguais com pensamento lá diferentes, mas que conversando e debatendo podemos entrar em um consenso, o debate é importante sempre. Em determinado momento da minha vida já estava convicto que jamais devemos ser julgado por nossa cor, orientação sexual, etnia, ou qualquer outro preconceito que infelizmente ainda está intrínseco na nossa sociedade. Vivemos uma sociedade múltipla e o respeito deve prevalecer sempre. Nessa caminhada também fui percebendo o quanto os corpos negros são objetivados, não!”

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